Afetuoso Platonico VI


Num doce sorriso... Num olhar penetrante... Numa palavra doce de carinho... Aqueces-me a alma já gelada pela solidão! E esqueço sempre, a cada dia que nasce, a cor cinza que desprovia os meus dias de paixão. Uma esperança perdida que recuperaste. Uma dor perdida num porto distante que trouxeste de volta na corrente de uma maré só tua, contra a qual não consegui remar.

Não. Não sei. Não sei como o fizeste. Não sei porquê tu. Não percebo. Não quero perceber. Não quero quebrar o encanto do que me fere de cada vez que te afastas.

E sonho sempre. Acordado. Penso no que não tem explicação, penso em ti. E entristeço. Afasto-te. Não sei o que quero, nem com que forças desejo. Não sei o que anseio nesta procura de... Não sei de quê. Não sei o que procuro na imensidão do tempo que me leva o amor que não sei já como começou.

Perco-me num sussurro para o meu coração não se ferir. Mergulho num embalo que me segreda tudo o que não quero esquecer.

E choro. Esqueço tudo o que me atormenta, mas é já tarde demais! Quero voltar ao que era... Tenho saudade daquilo que nunca foi. Esqueço a dor do tempo infinito de não te ter agora. Porque o agora é mais longo que todo o sempre, distante... Distante de ti!


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