Onze e meia da noite. Inebriado pelas vodkas do começo da noite, eu pensava em uma coisa. Quanto tempo demoraria para arrancar as roupas dele?
O tempo que demorou eu não sei, só sei que estávamos suados, com os corpos doloridos. Meu lábio ainda inchado da mordida que ele levou no momento em que o toquei com meus dedos. Estávamos lá, deitados, sem forças até para ofegar. Vi a cena de fora do meu corpo, como se estivesse assistindo a um filme no melhor estilo 9 e meia semanas de amor. As pernas deles entreabertas, deitado parcialmente de bruços, um braço por baixo do seus peitos, empurrando um o suficiente para que eu pudesse olhar aquele bico rosado e endurecido, o outro braço, esticado, como se amarrado em uma das pontas da cama. Respirei fundo, voltei para o meu corpo e me levantei, apenas para constatar que o que eu tinha visto era verdade. Ele ainda balbuciava algo que não conseguia compreender. Passei minha mão, da batata da sua perna até a sua bunda, acariciando-a com as pontas dos meus dedos. Os pelos do seu corpo se arrepiaram em seu corpo inteiro. Ele tremeu e num gesto rápido se virou, agarrando-me com suas pernas.
Ele me olhou, sequer falou uma palavra, agarrou-me pelo cabelo e puxou minha boca para junto da dele. Nossa línguas se esfregavam com um vigor animal. Seus peitos amassados contra o meu, suas pernas envoltas em mim juntando nossos corpos novamente. Re-começamos, desta vez, com mais consciência das nossas ações. Revezávamos o controle da situação, guiando os movimentos corporais ora bruscamente com arranhões e puxadas, ora com sutis carícias. A noite mal tinha começado, e ele já estava no fim. Com o som dos primeiros pássaros, seu corpo desabou em pleno tremor, sua cabeça caindo do lado da minha. Seu peito frio de suor aqueceu-se quase que instantaneamente quando nossos corpos se esfregaram. Seu rosto contra o travesseiro, lábios e respiração quente diretamente sobre minha orelha. A luz já invadia a janela aberta do nosso quarto. Os primeiros raios solares reluziam sobre sua pele brilhante com excitação dando à ela um ar de dourado.
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