Paradeiro do Amor

Devagar, chorar devagar com um mar entalado dentro dos olhos, chorar e pedir que as lágrimas corram em direção a um sorriso de porta fechada, chorar.
Devagar, gritar com a voz presa nas paredes, no chão, sinto nas vísceras um pulsar uma dor que não conheço e há o teu nome a ruir nas palavras que escrevo, caio devagar, chorar.
Devagar, chorar devagar com a pele das mãos a escamar, desconhecer o paradeiro do amor, seqüestrado pelos anos que trago presos num passado que é terreiro solarengo, ficar, aqui ficar, para sempre. Entre o pó do teu rosto e as cinzas do chão, adormecer encostado ao ontem que de hoje se fez amanhã e chorar, chorar.

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