Chocolates e amor. Um caso a se pensar

O branco se deixa levar pelo amargo do preto e o preto perde gradualmente sua essência para o doce do branco, os dois se misturam em algo homogêneo com sabor peculiar. Algo é percebido: o amargo/doce sabor é vorazmente cortado pelo sal que escorre com o cálido suor. Chistes lançados, o branco atenta, o preto cede. Gracejos, os sabores oscilam, línguas vulgares apresentam-se, aquecem-se, é só troca de calor... Troca, mistura, vai e vem. Suja, escorre, mancha, muda, junta, obscurece. Suaves pinceladas de preto, e o branco se foi, um é sobreposto ao outro e o sabor já não é mais o mesmo. O que era doce, agora é facilmente transformado em amargo, e o amargo, anteriormente rejeitado, agora é ansiado mais do que tudo, mais do que o doce, mais do que o mais incrível doce. O preto ama o branco, ele o aceita como ele é, o branco ama o preto, ele também o aceita, porém, o amor implica em maleabilidade, e isso vem involuntariamente, por isso ocorre à mutação entre os sabores, a miscigenação entre os mesmos, a polimerização dos extremos em meios. Colorir, degustar, oscilar, refletir e absorver. Preto e branco, o amor é arte em duas palavras.

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