É nunca mais; até à próxima, um instante?

Quanto tempo é para sempre?
É o tempo em que ficamos ou a promessa de partirmos?
É nunca mais; até à próxima, um instante?
Um até já; um momento, um breve fragmento?
É um raio de sol que nos cega num morno fim de tarde de Março?
É a realidade captada pela tua lente: para sempre?
É uma ausência que dói; uma gota que se faz mar; um acorde perfeito; uma sinfonia; um choro; um grito?
É uma porta que fechas; mais um degrau que avanças; um capítulo encerrado num livro escrito pelo vento ou pintura improvisada na tela quente do teu corpo?
Uma reta; uma espera; um passeio?
A espuma do nosso banho; a chama daquela vela; a chuva a bater na janela?
É a distância que a tua boca demora?
Uma carta de despedida, escrita a tinta permanente?
Uma árvore que plantas; uma estrela que prometes; uma nuvem que ofereces?
Um poema roubado; um fim de tarde inventado?
Um banco de jardim e um livro?
São memórias, lembranças e histórias, bilhetes confessados em pedaços de papéis rasgados?
Para sempre é o tempo suficiente; o tempo que não chega - o tempo que perdemos. Todo o tempo do mundo.
Para sempre é um lugar onde moram as promessas, os planos, os sussurros, os pecados; nas madrugadas que não terminam, com corpos que não são nossos em vidas que não nos pertencem.
Quanto tempo é para sempre?
É hoje: agora - o presente.

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