Despindo-se da insegurança

E eu não sei como, mas eu mudo. Oscilo entre esse homem maduro que te escreve e esse menino inseguro que não sabe se te entrega a carta. Tem vezes que sou ela e outras que sou somente esta, mas que no fundo não sabe se é... Se foi.

Eu não vou dizer que não acredito em você, porque acredito. Mas a minha insegurança não me deixa dar passos longos até a sua verdade. Então eu vou me encolhendo no canto do quarto entre a cama e o abajur... Vou me perdendo.

E não me basta ter somente a certeza do que eu sinto, se para ser por completo eu tenho que ter certeza do que você sente também. Talvez você já até tenha perdido as contas de quantas vezes me olhou nos olhos e disse o que eu sou pra você, mas eu ainda preciso ouvir. Que seja tudo de novo, as mesmas frases, os mesmos textos, que seja simples, direto e que toque cada parte do meu corpo. Uma, duas, três vezes... Não importa! Apenas diga que nada mudou e me dê a certeza de que eu sou quem você tanto procurou. Quem sabe no final de cada linha eu já tenha deixado de ser esse menino tão tolo e inseguro, que sente medo, que chora e que sente falta a todo o momento... Quem sabe esse menino já tenha voltado a ser novamente o homem maduro que vai abrir a porta, colocar um sorriso no rosto e ao te abraçar vai despedindo-se lentamente da insegurança... Quem sabe? Eu sei.

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